Foi lançado no Brasil há alguns meses uma nova medicação para o tratamento da endometriose. Ela é composta de um tipo de progesterona (hormônio), o dienogeste na dose diária de 2mg por via oral e de uso contínuo. Por ter ação mais androgênica (aumentando um pouco mais os níveis de testosterona, que é o hormônio masculino), ele provoca um efeito bastante intenso na atrofia dos focos de endometriose, ou seja, seca um pouco mais estas lesões, melhorando os sintomas de dor pela diminuição da ação inflamatória da doença.
Embora existam vários estudos e experiência na Europa e nos Estados Unidos que demonstram a sua eficácia, ainda não temos tempo determinado para seu uso. Além disso, sabe-se que toda medicação hormonal contínua pode ter alguns efeitos colaterais, o que faz com que seu uso seja indicado avaliando-se cada caso separadamente.
Ainda não tive número suficiente de pacientes para avaliar adequadamente os resultados com o tratamento com essa nova droga. O uso do análogo do GNRH, aquela medicação injetável de uso mensal ou trimestral ainda é muito presente em nossa prática diária e nos casos que está bem indicado tem um resultado muito interessante. Outro fator é que esse novo medicamento no mercado brasileiro tem um custo elevado para maioria dos pacientes o que dificulta seu uso, ainda mais tendo em vista que o programa do governo federal para medicamentos de alto custo fornece mediante confirmação diagnóstica o análogo do GNRH gratuitamente aos pacientes com indicação adequada.
Os principais efeitos colaterais relatados, principalmente em fases iniciais de tomada desta medicação, o dienogeste são: dor de cabeça (9,0%), dores mamárias (5,4%), depressão (5,1%) e acne (5,1%). Em geral, a administração contínua de progesterona leva à regressão do endométrio com sangramento irregular, particularmente durante as primeiras semanas de uso. Portanto, durante o tratamento com esta medicação, podem acontecer mudanças no padrão de sangramento, como diminuição do sangramento, sangramento irregular ou ausência de menstruação.
Além do uso da medicação hormonal, uma boa alimentação aliada à prática regular de exercícios aeróbicos pode contribuir para a melhora dos sintomas da doença. Isto porque há indiretamente um estímulo da imunidade e os exercícios aeróbicos aumentam a produção de endorfinas e que agem diretamente no ovário diminuindo a produção do estrógeno (principal hormônio feminino produzido pelo ovário enquanto a mulher menstrua e responsável pelas características femininas, o hormônio que alimenta e provoca o crescimento da endometriose).
Fonte: Dr Francisco Gonzaga e dados do blog do Hospital A. Einstein.
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