Incontinência Urinária: Causas e Conseqüências
Incontinência urinária é a perda involuntária de urina. Para muitas pessoas, incontinência urinária é uma fonte de constrangimento e dificuldade social que é escondida e deixada sem tratamento.
É estimado que mais de 12 milhões de pessoas nos Estados Unidos tenham incontinência urinária e em uma estatística bastante subestimada mais de 50 milhões de pessoas nos países industrializados apresentem o problema.
A incontinência é mais comum entre pessoas mais idosas, afetando um terço daqueles com mais de 60 anos de idade e normalmente , ela afeta mais mulheres do que homens.
Aproximadamente 38% das mulheres americanas possuem algum grau de perda involuntária de urina, e entre pessoas com mais de 60 anos, ocorre duas vezes mais em mulheres do que em homens. Contrário à crença popular, a incontinência urinária não é uma conseqüência normal da idade, embora os músculos do trato urinário possam perder algum tônus quando nós envelhecemos.
Para compreender a incontinência urinária, seria útil compreender o processo da micção. A micção é controlada por nervos e músculos do sistema urinário.
O trato urinário inclui os rins (os quais filtram o sangue e excretam os produtos finais do metabolismo do corpo como urina), os ureteres (tubos que conduzem a urina dos rins à bexiga), a bexiga (o saco que serve como reservatório de urina), a próstata em homens (a glândula envolvida na produção de sêmen) e a uretra (tubo que conecta a bexiga ao exterior do corpo).
Quando você não esta urinando, os músculos dos esfíncteres externo e interno da uretra mantém o tubo uretral fechado. Pequenas quantidades de urina são continuamente esvaziadas na bexiga pelos ureteres a cada 10 a 15 segundos. Logo, a urina acumula na bexiga e quando a bexiga está cheia, o cérebro envia sinais para os músculos da bexiga contrair e aqueles da uretra relaxar, permitindo, então, ocorrer a micção.
A incontinência ocorre quando o estoque e o esvaziamento da urina da bexiga não funcionam de uma maneira coordenada. Esta falta de coordenação entre os processos de estoque e esvaziamento é devido a um mau funcionamento dos nervos e músculos da bexiga ou uretra. Em mulheres, a incontinência pode também ser causado por uma perda de suporte da bexiga e uretra.
Tipos
A incontinência urinária é classificada em diferentes tipos de acordo com o problema de base causando a condição. Na incontinência transitória, uma causa reversível pode ser determinada.
Mais da metade das pessoas idosas com incontinência tem uma causa reversível. Estas causas podem incluir: infecção urinária, constipação intestinal importante, uso de certas medicações, doença aguda, mobilidade restrita, desordens psicológicas, inflamações da bexiga, retenção urinária e desordens hormonais.
Quando uma causa reversível não pode ser determinada, ela é classificada como incontinência persistente. É importante notar que na maioria dos pacientes, a incontinência persistente pode ser melhorada com o tratamento apropriado.
Os tipos de incontinência persistentes são: incontinência de estresse (no qual pequenas quantidades de urina são perdidas quando você tosse, espirra, ou faz qualquer atividade repentina que aumenta a pressão dentro do abdômen.
O tipo mais comum de incontinência na mulher, urge-incontinência (refere a inabilidade em atrasar a micção quando você sente que a bexiga esta cheia), incontinência por transbordamento (na qual a bexiga enche em excesso e pequenas quantidades de urina vazam sem qualquer aviso) e incontinência mista – quando há uma combinação dos tipos acima.
Avaliação
O médico ao avaliar um paciente queixando de incontinência, deve determinar se existem quaisquer fatores reversíveis contribuindo para a incontinência, como infecções, o uso de certas medicações ou outras doenças.
O primeiro passo na avaliação é fazer uma história completa e um exame físico completo. Para a história médica, o médico faz questões detalhadas a respeito dos sintomas que o paciente está sentindo, assim como sobre sua saúde, estilo de vida, história familiar, qualquer problema médico que você possa ter tido e quais medicações você esta tomando. Durante o exame físico, o médico avalia quaisquer problemas abdominais, vaginal (mulher), prostático (homem), neurológico ou retal.
Os exames de laboratório são feitos usualmente no sangue e na urina para checar sinais de infecção ou outras anormalidades. O médico também pode pedir que o paciente faça um “diário miccional” no qual anotará todos os líquidos que você ingerir, sua freqüência , quantidade de urina durante determinado período de tempo e se ocorre qualquer sintoma especial. Isto ajudará o médico a determinar a causa da incontinência.
Existem ainda, outros métodos para diagnosticar o problema através de exames de imagem, como ultra-sonografia e urografia excretora (exame radiológico detalhado do trato urinário após a injeção de contraste), que podem ser pedidos para detectar qualquer anormalidade anatômica ou crescimentos anormais nos órgãos do trato urinário.
Além disso , o médico pode solicitar outros exames como a cistoscopia (que permite o médico ver o interior da bexiga e uretra através de um aparelho ótico fino que é introduzido pela uretra) e a avaliação urodinâmica (que avalia como a bexiga estoca e esvazia a urina, como a bexiga e uretra funcionam juntas e a velocidade e força do jato urinário).
Tratamento
Existem muitas opções diferentes disponíveis para o tratar a incontinência urinária. O médico é o “expert” em definir qual a opção mais adequada para as necessidades individuais de cada paciente. Neste caso , o médico recomendará uma opção apropriada ou outras opções baseadas nos resultados dos exames realizados.
Alguns dos tratamentos disponíveis incluem: medicações (que tratam a incontinência melhorando a função dos nervos ou músculos da bexiga ou uretra), terapia comportamental (algumas mudanças no comportamento e/ou estilo de vida visando à continência), retreinamento vesical (urinar com horário marcado), fisioterapia (exercícios para musculatura pélvica e perineal) e procedimentos cirúrgicos (são usualmente recomendados em casos mais graves de incontinência, são usados para reparar lesões, anormalidades ou mau funcionamento dos músculos ou tecidos do trato urinário).
Se os tratamentos médicos ou cirúrgicos falham, há alternativas para assegurar um bem – estar e conforto para o paciente. Entre estas alternativas, estão o uso de absorventes (fraldas descartáveis), inserção de um pequeno tubo (cateter) para mecanicamente drenar a urina da bexiga, e uso de equipamentos externos para coletar urina.
Orientação
O paciente incontinente não tem que aceitar a incontinência como um modo de vida, e nem aprender a conviver com ela. Felizmente, as pesquisas médicas têm melhorado e muito a habilidade do médico em diagnosticar e tratar corretamente a incontinência urinária.
Tem sido estimado que com a ajuda médica apropriada, mais da metade de todos os pacientes com incontinência possam ser curados, e uma grande percentagem apresentaria uma importante melhora e maior conforto.
O primeiro passo que as pessoas incontinentes deveriam dar em direção a estes objetivos seria admitir que há um problema e o próximo passo seria procurar ajuda médica para o problema.
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