De relações sexuais com data marcada a análise genética de embriões gerados em laboratório, existem diversas técnicas de reprodução assistida, com o objetivo de ajudar, na realização do sonho em ter filhos.
Conheça as principais técnicas de reprodução assistida disponíveis no Brasil:
Relação sexual programada
A mulher faz um tratamento com hormônios que estimulam a ovulação, como o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), e realiza exames de ultrassonografia, que observam o tamanho do Folículo de Graaf – uma espécie de bolsa que protege o óvulo enquanto ele se desenvolve.
Quando ele atinge 19mm, a mulher toma uma injeção de HCG – hormônio que promove a maturação do óvulo e sua liberação – e deverá ter relações sexuais com o parceiro em 36 horas.
Essa técnica é recomendada para casais que tenham dificuldade de engravidar sem causa aparente, mas as chances de sucesso são baixas, variando de 13% a 17%, de acordo com a idade do casal.
Inseminação artificial
Quando os espermatozoides têm dificuldade de locomoção ou o muco que protege a cavidade vaginal de invasores está em uma concentração acima do comum, as células masculinas morrem antes de chegar ao óvulo. Nesta situação, é recomendável o uso da inseminação artificial.
O esperma é recolhido e passa por um tratamento. “No tratamento, fazemos uma filtragem, com os espermatozoides com formato e movimentação normal”, conta Bruno Scheffer, diretor clinico do Instituto Brasileiro de Reprodução Assistida. Eles são injetados no útero através de um cateter. Em alguns casos, o tratamento é acompanhado do uso dos hormônios FSH e LH. O uso destes hormônios pode aumentar as chances de se ter gêmeos em até 10%.
O processo, desde a coleta do esperma até a injeção no corpo da mulher é muito rápido, dura aproximadamente 40 minutos. Quando não há a indução de ovulação, as chances de sucesso são de 17%. Quando há a indução, a taxa sobe para 30%.
Fertilização in vitro
Durante um período de sete a dez dias, a mulher recebe doses de FSH e LH, para estimular a ovulação. Quando os folículos de Graaf chegam a um tamanho desejado de 19mm, uma agulha especial é inserida através da cavidade vaginal e realiza a aspiração dos óvulos.
Os óvulos são colocados em placas de vidro, junto de espermatozoides coletados uma hora antes e selecionados de acordo com seu formato e mobilidade.
Um espermatozoide entra no óvulo, como aconteceria no corpo da mãe. Entre dois e cinco dias depois, os embriões são injetados no corpo da mãe.
Dependendo da idade da mulher, a quantidade de óvulos injetados varia. Até 35 anos, são inseridos dois embriões. O número sobe para três quando a idade varia entre 35 e 40 anos e para quatro quando varia dos 40 aos 50. Recomendado para pessoas com obstrução nas trompas de falópio ou baixa mobilidade dos espermatozoides, o tratamento tem taxa de sucesso entre 40% e 63%, de acordo com Bruno.
Fertilização in vitro com injeção de esperma
Quando a taxa de espermatozoides está abaixo de 1 milhão (quando o normal é de, pelo menos, 5 milhões), apenas 35% apresentam mobilidade normal ou apenas 5% de células tem o formato esperado, é recomendada a injeção intra citoplasmatica de espermatozoide (ICSI, na siga em inglês).
Acontece uma seleção de espermatozoides. Quando o médico encontra um que tenha mobilidade e formato normais, o absorve com uma agulha muito fina.
Logo depois, injeta o espermatozoide dentro do óvulo. O embrião é inserido no corpo da mãe da mesma forma que acontece na fertilização in vitro clássica.
Fertilização in vitro simplificada
A quantidade de embriões recolhidos é menor. Enquanto a FIV clássica recolhe todos os óvulos disponíveis, a simplificada recolhe até quatro. A fertilização e implantação do embrião acontecem da mesma forma da clássica. Como a quantidade de óvulos utilizada é menor, as chances de se engravidar diminuem, chegando a 15%. A vantagem é que o método é mais barato. Enquanto a fertilização clássica chega a custar R$ 20 mil, a simplificada custa até R$ 8 mil.
Doação de óvulo
Quando a mulher adia muito a gravidez ou seus ovários param de funcionar precocemente, ela pode se tornar infértil. O problema pode ser resolvido através da doação do óvulo. Uma doadora desconhecida cede seus óvulos a uma clínica e eles poderão ser fecundados para serem inseridos no corpo da receptora.
A receptora toma hormônios que preparam seu corpo para receber o embrião, que foi fecundado no mesmo processo da fertilização in vitro clássico, com o sêmen do marido. O óvulo é inserido através de um cateter e as chances de sucesso chegam a 50%.
Doação de espermatozoide
Quando o homem tem ausência total de espermatozoides, o casal pode comprar uma amostra de sêmen em um banco de esperma. A fecundação pode ser realizada in vitro ou através de inseminação artificial, de acordo com a fertilidade da mulher. As chances de sucesso são de até 50%, quando a mulher tem menos de 35 anos.
Doação de útero
Quando o útero da mulher não tem condições de manter o embrião, o casal pode recorrer à chamada doação de útero. Acontece uma fertilização in vitro usando o óvulo da mãe e o espermatozoide do pai, e o embrião é implantado em um útero emprestado. Até recentemente, apenas parentes de primeiro grau da mulher – isso é, sua mãe e sua irmã – poderiam fazer a gestação. Porém, a nova legislação permite que, além da mãe e irmã, primas e tias também doem o útero. As chances de sucesso na técnica são de até 50%, de acordo com a idade da mulher.
Diagnóstico pré-implantacional (PGD)
Quando o casal tem uma doença genética, os cientistas podem fazer um exame, procurando os embriões saudáveis. Se estiver tudo bem, o embrião é injetado no corpo da mãe. Os embriões que apresentarem problemas genéticos não podem ser decartados. Eles são congelados e poderão ser usados no futuro para pesquisas. Assim como as outras técnicas de FIV, o PGD tem chance de sucesso de 45% a 63%.
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