Desde que nasce, o bebê tem um ritmo próprio que é diferente da rotina de crianças maiores, que por sua vez muda com relação aos adultos. Todo nosso organismo é regulado por um ritmo interno conhecido como relógio biológico. É isso que vai determinar que fiquemos mais acordados de dia e durmamos à noite, assim como o funcionamento de nosso metabolismo, entre outros.
Nós temos um ritmo que determina uma periodicidade de 24 horas em nossas vidas (ritmo circadiano ? expressão que significa “cerca de um dia”). Até os três meses de idade, o bebê tem um ritmo conhecido como ultradiano (menor de 20 horas). Assim, diferente de nós, ele dorme tanto de dia e a noite e come de dia e à noite, e evacua de dia e à noite… Enfim, já deu pra entender não é mesmo?
A transição para o ritmo das crianças só vai ocorrer de acordo com as mudanças e a evolução de seus sistemas neurológicos, endócrinos, entre outros. Assim, a transição do sono fragmentado para o sono consolidado só aparece após essa idade. Isso explica a dificuldade de “treinar” e “condicionar” o sono dos bebês antes desse período de vida.
A importância da rotina
A partir dos quatro meses, como ele não nasce sabendo dormir e sim segue um ritmo biológico natural próprio que vai se modificar, o bebê vai aprender o que for mostrado a ele como rotina. Isso se torna cada vez mais importante porque, aos poucos, o bebê vira criança e vai ser inserido em atividades sociais com ritmos e horários próprios (berçário, creche, escolinha) que tornarão necessário ter uma “agenda específica” em termos de refeições, banho, estudo, lazer e… hora de dormir.
Quanto mais cedo a criança dorme, mais cedo ela a tem a chance de acordar. Para que ela tenha condições de ter um ritmo alimentar adequado, por exemplo, ela precisa ter um intervalo entre as refeições de no mínimo três a quatro horas (café da manhã às oito horas para um almoço ao meio-dia, para uma lanche às 15h30, para um jantar às 20 horas e dormir em um horário satisfatório).
A cada idade, a criança tem uma necessidade de sono específica e ele deve ser “dividido” entre sonecas de dia para bom sono à noite. Um recém-nascido de até três meses dorme de 14 a 18 horas por dia, sendo que passa de várias sonecas de dia para cinco horas de sono diurno, ao redor dos seis meses.
A partir daí a necessidade de sono total cai, bem como as necessidades diurnas de sonecas. Até um ano ele precisa de 12 a 14 horas de sono, sendo 3 durante o dia. De um a três anos, ele precisa entre 10 e 12 horas de sono, tendo dois cochilos de uma hora no dia até os dois anos, e depois apenas um. A partir daí, já não precisa mais do sono de dia, se a criança não demonstrar essa necessidade.
O sono já pode começar a ficar contínuo à noite a partir do quarto mês de vida, mas, o mais comum é isso acontecer por volta do sexto mês. Mesmo assim, há crianças que precisam de mais tempo (até um ano de idade) para essa adaptação.
Conforme a o bebê cresce e sua interação com o mundo aumenta, muitas vezes fica mais difícil que ele queira dormir tão cedo, especialmente se seus pais trabalham e ele consegue a convivência com eles apenas após a volta do trabalho. Assim, é importante que o bebê se sinta acolhido em suas carências, especialmente quando chegar o final de semana. Os pais devem dedicar seu tempo a fortalecer esse vínculo com seus filhos para que ele possa se sentir amado e seguro. Isso pode fazer toda a diferença no momento de dormir, comer, se desenvolver.
Quando nada dá certo…
Mesmo com tudo seguido à risca e com o vínculo, muitas crianças apresentam um descompasso em seu ritmo e não consegue dormir. Nesse caso, os pais devem observar a rotina de seu filho, conversar com seu pediatra e estabelecer uma nova rotina. Há vários livros, com vários métodos, variando a forma de abordagem e que, se seguidos à risca poderão ajudar os pais a induzir o sono de seus bebês. Fica assim a critério de cada família adequar o método às possibilidades e necessidades da casa.
Mas algumas dicas são básicas:
Bebê com fome não dorme
Não agite seu bebê ou tente cansá-lo antes de dormir. Isso só vai excitá-lo na maioria das vezes
Criar um ritual: banho, jantar, escovar os dentes, ir para o local onde o bebê vai adormecer e passar a noite ? de preferência o mesmo local ? diminuir os estímulos (baixar a luz, diminuir o ritmo, baixar o tom de voz, falar mais pausadamente)
Fique com o bebê até ele “quase adormecer” e sair do quarto antes disso.
E aí… É só relaxar que tudo deve dar certo, mais cedo ou mais tarde.
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Fonte: www.minhavida.com.br
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